terça-feira, 22 de novembro de 2011

10 Dicas para aproveitar melhor a sua cerveja

10 dicas e curiosidades, simples, para que possamos aproveitar melhor nossa cerveja. Algumas são clássicas e sabidas, outras novas e curiosas, mas todas uma importante lição para quem se interessa em beber bem.
1. Gelada demais x gelada de menos
Enquanto gourmets e fãs de cervejas especiais afirmam que a bebida, quando servida em baixíssima temperatura, perde sabor e aroma, grande parcela da população, consumidora das pilsens comuns, prefere a garrafa “trincando” de gelada. Difícil é dizer quem está correto. Como a forma de consumo é um hábito – e um prazer – o certo mesmo é fazer o que lhe agrada. Embora seja importante salientar que mesmo as Pilsens, as cervejas que devem ser consumidas mais geladas, começam a perder sabor quando estão abaixo de4°C. Ainda, as bebidas excessivamente geladas amortecem as papilas gustativas e isso influencia no sabor. Ou seja, por mais refrescante que a cerveja esteja em um dia de sol, não se estará apreciando o líquido na sua melhor forma. As cervejas mais encorpadas, como as trapistas por exemplo, devem estar por volta de 14°C, contraindicada então para dias quentes ou ambientes sem ar-condicionado!

2. Como gelar mais rápido?
Churrasco ou festa de última hora, onde os convivas levam o pack de cerveja em temperatura ambiente tem solução. Existe um artifício, comumente usado em baladas, para a cerveja gelar em minutos.
O segredo é químico: trata-se apenas de combinar os fatores temperatura baixa e superfície de contato. Colocar a cerveja para gelar no freezer é de fato a forma de se atingir a temperatura mais baixa possível, mas isso é demorado, já que o ar não é o melhor condutor de temperatura. A forma mais rápida é colocar bastante gelo e água, que envolve toda a embalagem da cerveja e esfria o líquido rapidamente – o que em outra forma oposta chamamos de “banho-maria” (claro que tinha que ter nome de mulher…).
Adicione à esta mistura sal e álcool, que junto com a água e gelo deixam a temperatura ainda mais baixa, tornando o processo ainda mais rápido. Só não se esqueça de lavar a embalagem antes de consumir. E de nunca comprar álcool com eucalipto.

3. A escolha do copo é importante?
Independente do tipo da cerveja, é importante que o copo seja, ante de tudo, incolor e transparente. Só assim é possível observar a coloração e a formação de espuma da bebida. O formato também faz diferença de acordo com o tipo da cerveja e, se bem escolhido, tende a potencializar suas características. Apesar de existirem modelos ideais para cada rótulo algumas regras gerais podem ser seguidas:
- cervejas leves podem ser bebidas em copos tipo tulipa ou em taças com “pezinho” — ele impede que o calor da mão esquente o líquido;
- os exemplares mais aromáticos devem ser degustados em copos com bojo largo, que favorecem o desenvolvimento dos aromas;
- cervejas weiss têm alta carbonatação, grande formação de espuma e um fermento que fica no fundo da garrafa e que deve ser misturado à cerveja. Por isso, se faz necessário usar aqueles copos compridos e mais largos no topo, que comportam 500 mililitros, chamados de weizen;
- copos americanos são úteis para beber cervejas leves bem geladas. Como é pequeno, o consumo do líquido é rápido e não dá tempo da bebida esquentar, mesmo com o calor das mãos;
- as de tipo champenoise, feitas com um método de fermentação semelhante ao do champanhe, devem ser bebidas nas taças indicadas para esta bebida, do tipo flûte.

4. Onde guardar?
Cerveja não é vinho. Isso serve tanto para o consumo quanto para o armazenamento. A cerveja, quanto mais jovem for consumida, melhor. Então, armazenar não é muito aconselhado. De qualquer forma, para guardar garrafas e latas, o melhor é mesmo a geladeira, ou, ao menos, um ambiente fresco e protegido do sol.

5. Latinha x garrafa
Eu particularmente não gosto muito de cerveja em lata, salvo as exceções das festas e churrascos. Mas a verdade é que não há nenhuma diferença. O processo de produção da bebida é igual. O que existe é uma pequena diferença de resistência da garrafa, que acaba retendo mais gás carbônico, mas isso é imperceptível ao paladar. Continuo discordando.

6. É melhor gelar a garrafa deitada ou em pé?
De novo, cerveja não é vinho. Em pé, porque ainda se tem um pouco de ar residual na garrafa e o oxigênio é prejudicial à cerveja, pois causa o envelhecimento do líquido. A garrafa em pé diminui o contato com o ar. Mas hoje a maioria das cervejarias trabalham com o mínimo de oxigeno residual, o que diminui a diferença entre uma e outra posição para armazenar e gelar.

7. Que tal uma degustação?
Para começar, é indispensável que os copos estejam limpos e secos. O ideal é seguir uma linha para guiar a degustação: cervejas diferentes de um mesmo fabricante ou cervejas do mesmo estilo, mas de fabricantes diferentes. Escolhidos os rótulos, é indicado começar com as mais leves primeiro, partindo para as mais encorpadas e alcoólicas. Para aguçar os sentidos, é aconselhável que os participantes não tenham consumido bebidas alcoólicas no mesmo dia. Para perceber as características de cada bebida, é essencial que elas sejam servidas na temperatura adequada.

8. Quais as cervejas mais refrescantes?
As cervejas do tipo larger, em especial as pilsens são as mais indicadas. Porém isso não se restringe às marcas populares. As pilsens tchecas, por exemplo, são extremamente refrescantes (como já disse sobre a Czechvar). Ainda, outras opções, como as bières blanches (feitas de trigo) são excelentes pedidas para o calor. As cervejas de trigo da Alemanha também são bem refrescantes e as lambic com frutas também podem ser boa opção de aperitivo em dias quentes.
 
9. Existe drinque com cerveja?
Para Catarina, por uma questão de alter ego, o melhor é a Michelada. Drink popular no México, consiste de limão, um pouco de sal (tem quem coloque pimenta chili também) na borda do copo, cubos de gelo, e cerveja pilsen. Há variações da bebida em outros pontos da América Latina, que pode levar suco de tomate e outros temperos. Nos EUA também é possível encontrar variações de margaritas feitas com cerveja, assim como no Brasil alguns bares já se arriscaram a oferecer caipirinha de cerveja – o resultado é um refresco de cevada, com sabor diluído e “temperado” pelo limão.

10. O que é a cerveja “choca”?
Três efeitos indesejáveis na cerveja podem resultar numa bebida alterada, chamada popularmente de “choca”:
a) perda de gás carbônico, por conta de algum defeito na tampa ou pelo “esquenta-esfria” da garrafa, que faz a tampa se contrair e expandir – e, consequentemente, escapar o gás;
b) cerveja “velha” ou mal transportada ou armazenada e que perdeu suas características ideais;
c) coagulação da proteína da cerveja – de novo por causa do processo de “esquenta-esfria” feito algumas vezes. Nesse caso, a bebida não tem sabor alterado, mas seu aspecto fica comprometido, levemente leitoso, num efeito chamado de turbidez.

Mas a dica mais importante, que eu chamaria de 11ª, seria: beba com moderação. E não falo somente da mistura péssima de bebida e direção, falo sobre beber bem, o que é diferente de beber muito. Aproveitar o sabor da cerveja depois de muitos e muitos copos se torna impossível – principalmente de se lembrar. Mesmo as cervejas mais gourmets tem alto ABV e podem dar a fantástica dor de cabeça no dia seguinte (nunca me esqueço dos 3 litros de München em um pub que me causaram o pior domingo da vida). Portanto, separe os objetivos. Se o intuito é beber muito, faça-o rodeado de pessoas conhecidas e confiáveis, prepare o Engov e o kit antirressaca e aproveite!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Eisenbahn Pale Ale (0003)

Retomando o blog depois de um hiato de dois anos ou mais, e viemos com uma cerveja que já tornou-se um clássico. A Eisenbahn Pale Ale foi a cerveja que ajudou à fazer da Eisenbahn o que ela é hoje.

Trata-se de uma cerveja leve e refrescante, mas ao mesmo tempo encorpada e saborosa. Tá, esse clichê de propaganda de cerveja não cola mais, eu sei, mas essa cerveja cumpre o que promete. À começar pela aparência, com uma belíssima cor âmbar, e uma carbonatação fraca. Vale dizer que a cerveja cumpriu o que prometeu mesmo tendo vencido a validade em Abril de 2010, ou seja, há mais de um ano. Aí o porque a decepção com a espuma, pouca e fraca. Mas compreende-se. Nota 3/5 para a aparência.

O aroma verte um odor de álcool forte no ambiente, um pouco desequilibrado para a cerveja. Mistura-se com um aroma de lúpulo bastante agradável, mas ainda deixando este quesito desequilibrado. Imagino poder colocar isso na conta da cerveja vencida. Nota 4/10.

O sabor, entretanto, não mostra em momento algum que a cerveja passou da validade. Sabor de malte bem presente, retrogosto amargo bastante equilibrado. Como qualquer das colegas de estilo, esta Pale Ale apresenta como diferencial a complexidade dos aromas frutados, do cítrico à banana. Nota 14/20.

O paladar é atraente. Apesar do álcool muito pronunciado, a Eisebahn Pale Ale tem uma textura cremosa, e desce redonda, essa sim não "empapuça". É possível tomar uma atrás da outra sem problema algum. Nota 3/5.

O conjunto ficou levemente desequilibrado por conta do álcool mais presente do que o necessário. Em compensação, o sabor e a aparência compensaram. No conjunto, a nota é 6/10.

Portanto, a nota geral da Eisenbahn Pale Ale é 2,5. Razoável, considerando a desfavorável situação de degustar uma cerveja vencida, mas esta se saiu muito bem, obrigado.